Inquérito da PF sobre vazamento ilegal para Veja já tem suspeitos

Reportagem

 

A 48 horas do 2º turno da eleição presidencial deste ano, confirmou-se denúncia feita por este Blog no dia 26 de setembro: o perfil da revista Veja no Facebook divulgou dados sigilosos de investigação da operação Lava-Jato, da Polícia Federal, que negociou “delação premiada” com o doleiro Alberto Yousseff.

 

 

Naquele final de setembro, poucas horas antes de participar de entrevista que a então candidata Dilma Rousseff concedeu a blogueiros no Palácio da Alvorada, publiquei o post Grupo “antipetista” da PF prepara denúncia para o 2º turno. Após a entrevista, Dilma disse que encaminharia minha denúncia ao ministro da Justiça, para que a investigasse.

Como acredito em Dilma, devo supor que o ministro José Eduardo Cardozo não deu bola à denúncia, pois, como eu disse no post, a existência de uma “banda antipetista” na PF não é segredo para ninguém e esses membros da instituição já vinham prometendo “causar” contra a presidente no 2º turno.

A capa de Veja divulgada na internet a 48 horas do segundo turno e usada como panfleto pelos cabos eleitorais contratados pelo PSDB remetia a conteúdo considerado ilegal pela Justiça Eleitoral e originou direito de resposta para o PT no site da revista, além de multa de 500 mil reais por cada hora que a publicação deixou de publicá-lo – Veja demorou cerca de 24 horas para cumprir a decisão da Justiça Eleitoral.

 

 

Além disso, segundo o jornal O Globo, “A Polícia Federal abriu inquérito para investigar as circunstâncias do vazamento de trechos de um depoimento em que o doleiro Alberto Youssef cita a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula (…)”

 

 

Por fim, segundo o jornal Valor Econômico o PT pediu ao Supremo Tribunal Federal apuração do crime eleitoral cometido por Veja.

 

 

A petição 5220 do PT foi distribuída no STF ao ministro Teori Zavaski.

 

 

Na madrugada de quinta-feira, 13 de novembro de 2014, o jornal O Estado de São Paulo publica denúncia que mostra quem são os componentes do “grupo antipetista da PF” que este blog citou em seu post de 26 de setembro.

Segundo o jornal, durante a campanha eleitoral delegados federais da Operação Lava-Jato atacaram duramente a presidente Dilma e o ex-presidente Lula enquanto exaltavam o candidato Aécio Neves.

Os membros da PF citados na matéria do Estadão são os seguintes:

1 – Delegado Igor Romário de Paula, que responde diretamente ao superintendente da Polícia Federal do Paraná e que atuou na prisão de Yousseff;

2 – Delegado Márcio Anselmo, coordenador da Operação Lava-Jato;

3 – Delegado Maurício Grillo;

4 – Delegada Erika Mialik Marena, que dirige a delegacia onde estão principais inquéritos da operação Lava-Jato.

Apesar de ser tentador dizer que a denúncia do Estadão deslindou o objeto da investigação aberta pela PF para descobrir quem deu informações sigilosas da operação Lava-Jato para a Veja, no mínimo esses delegados supracitados tornaram-se os principais suspeitos.

Alguma dúvida?