Lula será eleito porque reencarnou a esperança popular

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Olhem para esse homem. Vejam o furacão em que se converteu após tanto sofrimento que a escória que o persegue lhe impôs. A dor e a injustiça não o debilitaram. Antes, fortaleceram seu espírito, devolveram-lhe motivo para viver. O assassinato da esposa pela mídia e pela Lava Jato, a prisão temporária ilegal – dita “condução coercitiva” –, a condenação sem provas, nada disso o intimidou ou desanimou.

Lula costuma dizer que nordestino pobre que passa dos cinco anos de idade, nada mais derrota. Onde se lê nordestino, leia-se homens de fibra; onde se lê nada derrota mais, leia-se ter resiliência na adversidade.

Esta página pediu muitas vezes aos seus leitores que não se esquecessem de que seu prognóstico de que, em 2018, o povo estaria nas ruas pedindo a volta do ex-presidente. Está acontecendo antes, em alguma medida. E acontecerá em medida muito maior no ano que vem.

Com a possibilidade de o ex-presidente Lula concorrer novamente à Presidência da República, a disputa pelo cargo em 2018 encerra um componente eleitoral inédito. É o que sugeriu pesquisa qualitativa feita no começo do ano pela empresa Ideia Inteligência.

Ao explorar os argumentos e as justificativas de um grupo selecionado de eleitores, o levantamento identificou reiterados sinais de um sentimento de nostalgia em relação à gestão do ex-presidente, de 2003 a 2010.

Eleitores não ideológicos estariam dispostos a guiar a escolha baseados em boas lembranças daquele governo. Lembranças associadas, principalmente, a aspectos econômicos.

O estudo foi qualitativo, não tem valor estatístico. Seus resultados não podem ser projetados para o conjunto do eleitorado ou interpretados como síntese de opiniões do grupo social investigado. Mas dão pistas a respeito do que pode estar passando pela cabeça de uma parcela dos brasileiros que tem alimentado o crescimento de Lula nas pesquisas quantitativas.

A pesquisa que embasou essa conclusão foi feita com 2.828 entrevistas e margem de erro de dois pontos pelo Datafolha, que mostrou que Lula é líder isolado em todos os cenários de primeiro turno.

Apesar do noticiário francamente desfavorável já naquela época – poucos meses antes, Lula fora preso e levado para depor à força –, com a Lava-Jato em seu encalço, impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e derrota do PT nas eleições municipais, as intenções de voto no ex-presidente cresceram enquanto sua taxa de rejeição despencava.

Em seu melhor cenário no Datafolha, Lula pulara de 17% em março de 2016 para 26% em dezembro. Em simulações de segundo turno, só perdia para a sua ex-ministra Marina Silva (Rede). Em junho deste ano, Lula já tinha 30% das intenções de voto e superava de longe qualquer adversário. Em segundo lugar, empatados, Bolsonaro (16%) e Marina Silva (15%). Em um patamar mais baixo estavam Alckmin (8%), Ciro Gomes, do PDT (5%), Luciana Genro, do PSol (2%), Eduardo Jorge, do PV (2%), e Ronaldo Caiado, do DEM (2%).

Aécio Neves nem apareceu na pesquisa.

Em resumo: naquele estudo, a figura política de Lula foi reverenciada pelos pesquisados. A discussão em torno de seu nome, conforme assinalaram os pesquisadores, estava embalada por “forte apelo emocional”, movida por um sentimento de “gratidão extrema, ligada à sensação de boa situação financeira que marcou os governos Lula na memória dos brasileiros”.

A pesquisa foi feita uma semana antes da morte da esposa de Lula, dona Marisa Letícia.

Do início do ano para cá, o estudo mostrou-se visionário. Lula está cada vez mais consolidado e até pesquisas ligadas à grande mídia antipetista mostram que após ser condenado pelo juiz Sergio Moro a nove anos e meio de prisão, o ex-presidente disparou na preferência popular enquanto seus adversários despencam.

Depois da morte de dona Marisa, Lula fez da redemocratização do Brasil a sua razão de viver. E passou a dizer ao povo aquilo que o povo quer ouvir: que existe, sim, um caminho alternativo a ter que empobrecer para evitar morrer de fome – o que, no fim das contas, é o que diz a direita tucano-temerária.

Note-se que os únicos candidatos que estão crescendo nas pesquisas são Lula e Bolsonaro porque ambos dizem exatamente isso: que há outra alternativa ao sofrimento que mídia, governo e partidos de direita dizem ser a única.

A reforma trabalhista, a reforma da previdência, a terceirização, o corte nos programas sociais, o corte nas pesquisas científicas, o corte nas obras de infraestrutura, o corte nas verbas da saúde, da educação, da habitação, da segurança etc., etc., etc. deixaram muito claro que PSDB e PMDB são cartas fora do baralho.

E não só pela hipocrisia desmascarada após terem sido flagrados em atos de corrupção que contradisseram o discurso moralista desses tucanos, demos, peemedebês et caterva. Foram jogados ao mar porque o povo descobriu que era mentira aquele papo de que era só tirar Dilma para tudo melhorar.

Tudo que acaba de ser dito nos parágrafos acima está sendo verbalizado por Lula nas regiões mais afetadas do Brasil pela ação devastadora do atual governo.

O que está sendo feito com o Brasil é recuperar para o Sul e para o Sudeste, bem como para suas classes A e B detentoras de pele clara e sobrenomes europeus, tudo que havia sido dado por Lula ao Nordeste.

Segundo reportagem do jornal O Estado de São Paulo publicada em setembro de 2013, a Região Nordeste, então, despontava no cenário nacional por seu avanço econômico acelerado, bem acima da média das demais regiões.

Diversos indicadores confirmavam aumento acelerado da participação das regiões Norte e Nordeste no Produto Interno Bruto (PIB) nacional, com elevação do PIB per capita e do incremento do volume de investimentos direcionados para os Estados nortistas e nordestinos.

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Dados do Boletim Regional Trimestral do Banco Central do início de 2013 indicavam que o Nordeste liderava o crescimento no Brasil.  No período, a atividade econômica da região crescera 2,1% em relação ao trimestre finalizado em novembro de 2012. As atividades econômicas das Regiões Sudeste e Centro-Oeste tiveram avanço de 1,4% no mesmo período, seguidas pela Região Sul, com 1,0.

O Nordeste atingia, à época, 13,5% de participação no PIB nacional, o maior porcentual da série histórica iniciada em 1995 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O avanço dos Estados nordestinos entre 2002 e 2010 foi de 0,5 ponto porcentual, menor apenas que o ganho da Região Norte, de 0,6 ponto porcentual.

Entre 2002 e 2010, o PIB da Região Nordeste passou de R$ 191,5 bilhões para R$ 507,5 bilhões, um avanço de 165%, menor apenas que a expansão do PIB das Regiões Norte e Centro-Oeste. O Nordeste registrou ainda a maior taxa média anual de crescimento do PIB per capita, de 3,12% entre 2000 e 2010, assim como a Região Norte.

Quem disse isso não foi este Blog, mas o jornal O Estado de São Paulo.

Neste momento, Lula está no Nordeste fazendo o povo da região relembrar do que foram para si os oito anos de seu governo. E, pelas imagens que tomaram a mídia alternativa – a mídia tradicional esconde –, está conseguindo.

Não importa que a mídia esconda, as pesquisas mostram isso.

Enfim, fica muito fácil entender por que Lula e Bolsonaro são os únicos que crescem.

Os que apoiam Bolsonaro são das classes A e B e sabem que ele vai tirar dos pobres para dar aos ricos e meterá porrada nos pobres que se insurgirem. No caso de Lula, seus eleitores têm certeza de que vai tirar dos ricos para dar aos pobres porque é isso que a reportagem do Estadão, supra reproduzida, mostra que ele fez quando governou.

Para o PIB per-capita do Norte e do Nordeste aumentar, o PIB per-capita do Sul, do Sudeste e do Centro-Oeste tem que cair. E a questão para a vida do povo melhorar é simplesmente essa: no Brasil, os ricos têm muito, exageradamente. É preciso redistribuir a renda.

Se cada rico puder se contentar em ter 9 carros em vez de 10, milhões sairão da pobreza e da miséria…

Não existe almoço grátis, como diz a direita.

Isso é o que estará em jogo em 2018: uma disputa de pobres e remediados contra os ricos e muito ricos.

Alguns pobres, como sempre, ficarão ao lado do carrasco, mas não conseguirão ser muitos porque pobres e remediados costumam viver ao lado de outros pobres e remediados e a maioria esmagadora dessas classes sociais estará com Lula.

Além disso, não vamos nos esquecer de que Lula é o único que pode exibir um governo impecável em que fez o povo melhorar MUITO de vida e, por isso, saiu do cargo apoiado por mais de 80% dos brasileiros.

E como em eleição o que conta é quem tem mais apoiadores, e como há mais ricos que pobres no Brasil, tudo conspira a favor de Lula. E é por isso que tentarão impedi-lo de disputar a eleição. Só que não vai funcionar. O povo quer Lula. Se lhe tirarem Lula, vai retaliar votando em quem ele indicar. Porque Lula é sua última esperança