Filho de Lula sofre armação igual à sofrida pelo irmão do ex-presidente em 2007

Reportagem

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Em 4 de junho de 2007, a Polícia Federal levou a cabo uma espalhafatosa operação de busca e apreensão na casa de Genival Inácio da Silva, o Vavá, irmão mais velho do então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Ele fora indiciado por tráfico de influência no Executivo e exploração de prestígio do irmão no Judiciário.

A ação fez parte da Operação Xeque-Mate, que prendeu, naquele dia, 77 pessoas acusadas de pertencer à máfia dos caça-níqueis e a um esquema de corrupção de policiais militares e civis.

15 dias depois, em 19 de junho de 2007, o Ministério Público desindiciou – por assim dizer – o irmão do ex-presidente por falta de elementos que o ligassem ao caso.

À época, o jornalista Elio Gaspari já havia publicado em suas colunas nos jornais Folha de S. Paulo e O Globo que o “linchamento” que a mídia estava promovendo contra o irmão de Lula não se sustentava em fatos, apenas em indícios frágeis e tinha como objetivo, na verdade, prejudicar o presidente Lula.

Confira, abaixo, a coluna de Gaspari de 17 de junho de 2007.

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Vale lembrar que o ministro da Justiça, à época, era Tarso Genro, ex-governador do Rio Grande do Sul. Assim como José Eduardo Cardozo, hoje, Genro e todos os outros ministros da Justiça dos governos Lula e Dilma jamais atrapalharam ou tentaram impedir qualquer investigação mesmo que atingissem importantes figuras do PT.

Três anos e pouco depois, mais precisamente no ano eleitoral de 2010, a Folha de São Paulo publica matéria que comprova que Vavá foi vítima de uma farsa que visava atingir o irmão.

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Nesta segunda-feira (26), o Brasil assistiu a armação igual à que tentou atingir Lula através de seu irmão oito anos atrás. A Polícia Federal deflagrou mais uma fase da Operação Zelotes e fez operação de busca e apreensão na empresa LFT Marketing Esportivo, que pertence a Luís Claudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula.

No início do mês, o jornal O Estado de São Paulo publicou matéria que afirmara que uma das empresas de Luiz Cláudio, a LFT Marketing Esportivo, recebera pagamentos de Mauro Marcondes, um dos lobistas investigados por negociar a edição e aprovação da MP 471 durante o governo Lula.

A norma prorrogou incentivos fiscais para o setor automotivo.

Luiz Cláudio, que também é dono da empresa Touchdown, confirmara o recebimento de R$ 2,4 milhões. O filho de Lula, porém, sustentou que os valores se referem a projetos desenvolvidos para uma empresa de Mauro Marcondes, a Marcondes e Mautoni Empreendimentos, em sua “área de atuação”, o esporte.

Mas não é só. Luiz Cláudio tentou explicar ao Estadão que a acusação contra ele não se sustentava por várias razões que detalhou, mas o jornal se recusou a divulgá-las.

Diante da estranhíssima postura do jornal de não querer divulgar essas informações, Luiz Cláudio  está processando “cível e criminalmente” ‘O Estado de S. Paulo’. “Essa matéria é mais uma tentativa irresponsável de criminalização do PT, de Lula e de pessoas ligadas ao ex-presidente”, criticou o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS).

No texto, o jornal declarou que a Marcondes & Mautoni Empreendimentos teria pago à LFT Marketing Esportivo, de Luis Cláudio, para que Lula publicasse a medida provisória 471, de 2009, que oferecia benefícios fiscais às montadoras.

Os valores citados, no entanto, fazem parte de um projeto contratado e executado entre 2014 e 2015, cinco anos depois da aprovação da MP. “O valor recebido pela LFT Marketing Esportivo foi contabilizado e declarado legalmente”, declara a nota divulgada à imprensa por Luis Cláudio.

“A linha temporal destrói o argumento central ao tornar impossível a relação causal dos fatos”, destaca a nota. “É uma matéria que não se sustenta. Os fatos foram ignorados na elaboração da matéria e o simples conhecimento deles seria suficiente para desmontar o factoide criado”, disse Pimenta.

O deputado lembrou que a MP prorrogou incentivos que foram criados a partir de uma articulação em 1999, pelo então senador Antônio Carlos Magalhães, para incentivar a instalação de fábricas automobilísticas nas Regiões Norte e Nordeste.

“Em 2009, a proposta foi aprovada por unanimidade, defendida no Congresso por Tasso Jereissati (PSDB-CE), José Agripino (DEM-RN) e tendo como relator José Carlos Aleluia (DEM-BA)”, apontou.

A medida, de acordo com Paulo Pimenta, foi aprovada sem emendas. “A iniciativa do líder do PSDB (Aloysio Nunes) é reveladora de que tudo isso parte de uma estratégia mentirosa que cria a ideia de uma suposta irregularidade”, avaliou o deputado.

“Não há nenhuma lógica, nenhum sentido nas acusações do jornal. A MP era de interesse do País, beneficiava estados governados pelo PSDB, como Goiás e relatada por partidos de oposição”, rebateu Pimenta.

Luis Cláudio, filho de Lula, é proprietário da empresa LFT Marketing Esportivo, que presta serviços apenas para o setor privado. Os valores recebidos por trabalhos prestados para a Marcondes & Mautoni foram declarados em imposto de renda.

“Essas informações foram disponibilizadas para a imprensa, que ignorou para justificar uma relação espúria que nunca existiu”, disse Pimenta. Segundo o parlamentar, a matéria é um “factoide criminoso produzido com fundo partidário como parte de uma estratégia para o momento político que estamos vivendo”.

Contudo, assim como ocorreu com o irmão de Lula, a busca em seu escritório não dará em nada. Chega a ser ridículo acharem que encontrarão alguma evidência de negociata de uma medida tomada por Lula em 2009 no âmbito da crise econômica mundial que eclodira no fim do ano anterior.

Lula prorrogou incentivos fiscais às montadoras assim como para muitos outros setores da economia, em 2009, na tentativa de impedir que o país entrasse em recessão. Seu filho Luiz Cláudio fundou a empresa LFT marketing esportivo em 2011 e o contrato com a empresa de Mauro Marcondes foi fechado em 2014.

A tese maluca é a de que Lula emitiu uma medida provisória em 2009 para beneficiar o filho e a propina que o beneficiaria foi paga nada mais, nada menos do que CINCO ANOS DEPOIS. Alguém já viu isso, propina paga cinco anos após o ato de corrupção?

Pior de tudo é a conduta do Estadão ao se recusar a informar esse fato aos seus leitores. É isso mesmo, caro leitor: o jornal não quer que seu público saiba que a suposta “propina” ao filho de Lula só foi paga cinco anos após o suposto ato do pai para beneficiar montadoras de automóveis.

Essa artilharia contra Lula, não para. Todo santo dia há uma acusação diferente. Nada é provado, mas o noticiário ajuda a “fundamentar” os grupos antipetistas que, sob financiamento obscuro de milhões de dólares, mobilizam pessoas a não fazerem mais nada na vida além de atacar o PT com manifestações, bonecos gigantes e caríssimos etc.

Este Blog volta a dizer: esse tipo de informação que você está lendo deveria ser divulgada em escala internacional para que o mundo saiba da conspiração fascista que está tentando sepultar a democracia brasileira e inaugurar um regime autoritário no país, com perseguições políticas e até violência física, com ataques a bomba e espancamentos nas ruas.