Autor do Blog da Cidadania sofre ameaça de assassinato

denúncia

 

No próximo mês de janeiro (2014), o Blog da Cidadania completará nove anos de atividade – mais de cinco anos hospedado no UOL e mais de três em domínio próprio. Ao longo desse tempo, venho sofrendo agressões e ameaças de todos os tipos, mas sempre via internet – tanto neste Blog quanto em meus perfis em redes sociais.

Até aí, nada demais. Violência retórica na rede é o que mais existe. Ocorre o tempo todo por meio de calunia, injúria, difamação e, inclusive, ameaças de violência física. Todavia, a grande maioria desses atos decorre de “cabeça quente” de pessoas desequilibradas que apelam a tais estratagemas para retaliar quem as irrita tentando inocular-lhe medo.

Nos últimos anos, porém – sobretudo a partir das eleições de 2010 –, esse fenômeno vem aumentando em proporção geométrica.

Há dois anos – mais exatamente em setembro de 2009 –, como as ameaças de violência e a difamação anônima passassem a se tornar extremamente frequentes e ousadas, este blogueiro começou a compor um arquivo que já conta com centenas – isso mesmo, centenas – de postagens de comentários de leitores nesta página e via Twitter.

No campo da agressão moral, o alvo principal tem sido a filha caçula do signatário deste Blog, portadora de paralisia cerebral e que, a partir de 2009, teve um agravamento extremo de sua doença, o que a fez atravessar uma fase de três anos (2009 – 2012) durante os quais ficou mais tempo internada em hospital – muitas vezes na UTI – do que em casa.

No campo da violência física, as ameaças sempre se “limitaram” a “promessas” de espancamento.

Quem procurar bem na internet, encontrará essas ameaças sendo feitas de forma absolutamente explícita. Há, também, mensagens endereçadas à minha conta no Twitter com as mesmas “promessas”. Já os comentários ameaçadores postados aqui, não são publicados. Mas estão todos muito bem guardados.

Dizem que cão que ladra, não morde. A teoria é a de que quem quer cometer uma violência física não manda aviso, pratica. Apesar de saber que não é bem assim porque pessoas mentalmente doentes podem ladrar e morder, este blogueiro sempre entendeu as ameaças como produto de destempero emocional episódico.

Tudo mudou, porém, na manhã deste domingo. A mensagem ameaçadora se limitou à seguinte frase: “Você vai morrer”. A diferença de mensagens anteriores? A ameaça não foi feita pela internet.

Pouco antes de escrever este texto, consultei alguém com conhecimento de causa sobre criminosos, psicopatas ou não. A orientação que recebi foi a de fazer este anúncio sem oferecer maiores detalhes sobre o que aconteceu. Até porque, a ameaça em tela pode não ter passado de uma “brincadeira” visando me desequilibrar.

Sendo esse o caso, devo recomendar aos que vivem fazendo ameaças de agressão física “por brincadeira” de que qualquer alusão a esse tipo de ação criminosa é, por si só, um crime.

Há, por exemplo, alguém que se diz idoso e residente no interior de São Paulo que envia dezenas de mensagens ameaçadoras todos os dias. Afirma que não tem condições físicas para me agredir, mas que ainda vai me ver sendo agredido.

O fato de alguém dizer que não tem condições próprias de cometer um crime violento não significa que não possa cometê-lo usando capangas, por exemplo. Mas esse indivíduo parece não passar de alguém com evidentes problemas emocionais. Parece, apenas parece…

Com efeito, o que me leva a escrever este post é o fato de que, pela primeira vez, uma ameaça saiu da internet.

Devo, pois, tornar público que, se algo me acontecer, o arquivo com as agressões morais e com as ameaças de violência que venho sofrendo há anos – e que foi entregue a pessoa de minha confiança – será entregue às autoridades para fins da investigação em caso de materialização das citadas ameaças à minha integridade física.

Para concluir, aviso que perde seu tempo quem achar que ameaças me farão parar o trabalho que venho fazendo aqui ao longo da última década e no limiar desta. Fazê-lo seria uma espécie de morte, uma morte moral. Por mais que ameaças me causem óbvia preocupação, a mera hipótese de me acovardar me assusta muito mais.