Por que levam coquetéis molotov a “manifestações pacíficas”?

Análise

Permanece um mistério o que está por trás das “manifestações pacíficas” que desde o aumento do transporte público em São Paulo vêm espalhando pânico e violência pelas ruas da cidade enquanto se dizem vítimas de “agressão da Polícia”.

Como já fora previsto neste espaço, a radicalização do movimento vai se intensificando. Se na manifestação da semana passada foram quebradas, segundo os defensores desses atos, “apenas algumas janelas”, desta vez os atos danificaram pele, músculos, ossos e fizeram jorrar sangue.

Além de a integridade física das pessoas ter sido colocada em risco, patrimônio público e privado foi alvo de depredação bem maior. Ônibus foram queimados, veículos particulares foram depredados e até uma instalação do Partido dos Trabalhadores foi atacada.

Os manifestantes, porém, não se valeram só de paus e pedras. As imagens que se espalham pela mídia mostram incêndios enormes em vias públicas. Ora, como é que se ateia fogo a um ônibus ou a uma barricada formada por todo tipo de material? Com um isqueirinho Bic?

Quem leva rojões – como aquele que matou um torcedor em um estádio de futebol na Bolívia –, gasolina e coquetéis molotov a uma imensa aglomeração, por certo está procurando encrenca.

Membros do Movimento Passe Livre, entidade que vem convocando as manifestações, admitiram que não têm controle sobre aqueles que foram às ruas instigados por essa mesmíssima organização.

Assim fica fácil. Você exorta as pessoas a irem às ruas e, se alguma coisa der errada, diz que não tem nada que ver com o que aconteceu.

Manifestantes alegam que seguiram sem sobressaltos até determinado ponto e que só se exaltaram porque a Polícia não permitiu que o ato fosse concluído em um terminal de ônibus pelo qual milhares de pessoas trafegam diariamente.

A Polícia diz que não poderia permitir que aquele local fosse tomado por outros milhares de manifestantes, pois se perdessem o controle, ali dentro, poderia ocorrer uma tragédia.

A Polícia Militar paulista é detentora de uma justa pecha de ser truculenta. Já praticou incontáveis barbaridades em manifestações pacíficas. Contudo, manifestantes que poucos dias antes praticaram quebra-quebras pela cidade certamente poderiam perder o controle de novo em um local em que milhares de passageiros trafegam, entre idosos, crianças etc.

A Polícia tinha OBRIGAÇÃO de proteger as pessoas.

Nas redes sociais, militantes de partidos políticos como PSOL, PSTU e PCO estão comparando o vandalismo em São Paulo à “Primavera Árabe”. Outros dizem que se manifestantes quebram tudo no Primeiro Mundo, fazer o mesmo em São Paulo a tornaria “cosmopolita”.

Por aí se vê o nível de cretinice ou de má-intenção desses grupos que, cada vez mais, vão deixando ver um viés político por trás dessas manifestações.

A “Primavera Árabe” ocorreu em países em que não havia democracia, visando se libertarem de ditaduras sanguinolentas. O equivalente brasileiro está ocorrendo por conta do menor aumento nas passagens do transporte público em ao menos uma década.

É uma comparação ridícula.

Claro que a passagem de ônibus e metrô em São Paulo é cara e protestar contra ela ou contra a Saúde, a Educação, a Habitação, a Segurança e tudo mais que não funciona nesta cidade é lícito e compreensível.

O que não se entende é que tudo isso não funciona há muito tempo e jamais se viu uma verdadeira guerra civil como a que está em curso.

Em anos anteriores houve manifestações contra aumentos das passagens, promovidos pelo mesmo Movimento Passe Livre e pelos partidos políticos que orbitam ao seu redor ou que – muito mais provável – estão por trás dele, mas nada igual às que estão acontecendo.

Foi só o PT assumir a prefeitura paulistana que esse movimento decidiu que tem que ser implantado na capital paulista o transporte público gratuito. Seria muito bom, mas alguém acredita que se possa conseguir um benefício social como esse queimando ônibus?

Isso é tática do PCC. É terrorismo. Visa colocar milhões de pessoas em pânico.

Passou do limite. É questão de tempo para começarem a surgir cadáveres.

E não adianta os organizadores desse movimento dizerem que não têm responsabilidade pelos excessos. Têm, sim. Eles estão levando pessoas às ruas e o que decorrer dessas convocações será responsabilidade deles.

Mais do que reprimir as manifestações, há que responsabilizar penalmente os que estão gerando esse caos. Um trabalho de inteligência da Polícia precisa ser feito com urgência antes que uma tragédia aconteça. Há que identificar quem está por trás disso.

Se a Polícia Militar paulista só sabe dar borrachadas, a Polícia Federal deve entrar no caso. A “Primavera Árabe”, que os vândalos usam como comparação, teve objetivo político. A diferença é que não há ditadura em São Paulo ou no Brasil.