Convocação de Policarpo depende de apenas 4 votos do PMDB

Reportagem

O blog apurou nesta terça-feira que a bancada do PT na CPMI do Cachoeira deve votar em bloco a favor do requerimento do deputado Doutor Rosinha (PT-PR) para que, inicialmente, seja convocado o diretor da sucursal da revista Veja em Brasília, Policarpo Júnior. E que haveria a intenção de convocar, numa segunda etapa, o dono da revista, Roberto Civita.

PC do B, PSOL, PSB e PTB (Fernando Collor) devem votar com o PT pela convocação. Mas como a Comissão precisa de ao menos 15 votos para aprovar o requerimento e os partidos dispostos a votar pela convocação do jornalista somam 11 parlamentares, os 4 votos restantes terão que ser obtidos junto ao PMDB.

Segundo a fonte na CPMI, esses votos ainda não foram conseguidos porque o PMDB está hesitando. Por conta disso, o requerimento do doutor Rosinha deve ser apresentado na sessão desta terça-feira da CPMI, mas a votação só ocorrerá quando os partidos favoráveis à convocação tiverem maioria.

O que estimulou a união do PT e a adesão de partidos aliados em favor da convocação foi a reportagem de capa da revista Carta Capital, assinada pelo repórter Leandro Fortes, que revelou escutas da Polícia Federal no âmbito da extinta Operação Vegas, arquivada pelo procurador-geral da República.

A reportagem de CC mostra degravação de escuta da PF em que o jornalista Policarpo Júnior aparece pedindo ao bicheiro Carlos Cachoeira para que faça gravação ilegal de um parlamentar. Outras escutas revelariam relação de promiscuidade entre a quadrilha e o jornalista.

A primeira fonte que o blog ouviu não tem como afirmar que a bancada do PMDB na CPMI irá aderir ao bloco favorável à convocação de Policarpo. Uma segunda fonte ouvida informa que a pressão sobre os peemedebistas para que não adiram ao requerimento parte do vice-presidente da República, Michel Temer.

Na segunda-feira, outras fontes do blog informaram que Temer se reuniu com o presidente das Organizações Globo, José Roberto Marinho, e o diretor da revista Veja, Fábio Barbosa, e com eles firmou pacto de não agressão que pressupõe a não convocação de Policarpo pela CPMI. O pacto teria o aval da presidente Dilma Rousseff.