Comentarista da Band briga com blogueiro no Twitter

Opinião do blog

O comentarista de política da TV Bandeirantes Fabio Pannunzio, primo do ex-deputado federal Antonio Carlos Pannunzio (PSDB-SP), enervou-se com cobrança que lhe fiz por ele ter escrito em seu blog que o seu desafeto Paulo Henrique Amorim, que o processa por calúnia e difamação, seria “chefe da claque governista na internet”.

O post que Pannunzio escreveu apresentou como denúncia contratos de publicidade que PHA tem em seu blog, mas não explicou que ilegalidade haveria nesses contratos, se seriam abusivos, injustificados ou coisa que o valha.

Segundo a Folha de São Paulo, em matéria desta terça-feira que reproduz a acusação tácita de Pannunzio, o blog de PHA teria 7 milhões de acessos por mês. Se assim for – e, pelo que sei, é disso para mais – PHA tem mais leitores do que a Folha – se 10% dessa audiência for de acessos únicos, o blogueiro tem cerca de 700 mil leitores.

Pannunzio também acusa simpatizantes do governo Dilma na internet – a quem chama, genericamente, de “mujahidin”, forma plural de mujahid, que, em árabe, quer dizer “combatente” ou “alguém que se empenha na luta (jihad)”, conceito islâmico que significa “empenho” ou “esforço” – de serem “chefiados” por Paulo Henrique Amorim.

Cobrado duramente – porém sem insultos – por este blogueiro, que exigiu que não se referisse genericamente como “claque governista” a qualquer um que simpatiza com o governo, Pannunzio reagiu com insultos e me acusou de integrar a tal “claque governista”.

Pannunzio está sendo processado por PHA por este ter entendido como caluniosas afirmações que o desafeto fez contra si no âmbito do acordo judicial que estabeleceu com o jornalista Heraldo Pereira, da Globo. Estando esse caso na Justiça, portanto, esse assunto, agora, só diz respeito aos dois.

Todavia, esse é o jornalista da Band que, ano passado, saiu em defesa do colega Bóris Casoy quando este teve captadas ofensas que fez a garis durante o telejornal que apresenta naquela emissora. Agora, Pannunzio ataca quem lhe pareça que defende PHA da acusação de “racismo”.

Então pergunto: o problema é a discriminação ou é PHA?

Apesar de o jornalista da Band ter nomeado ao menos um membro do que chama de “claque governista” na internet – eu –, não deu nomes de outros que fariam parte dela, a menos que seja claque de um só…

O mais curioso é que, quando disse a Pannunzio que se ele defendeu Casoy – que disse o que disse sobre Garis – eu tenho o direito de defender PHA –, ele me “acusou” de ter “defendido” José Dirceu neste blog, que qualificou como “lixo”.

Pannunzio tratou uma defesa que disse que este blog teria feito de Dirceu – que inexistiu – como se fosse defesa de Hitler em pessoa. Aliás, segundo o site Brasil 247, o jornalista da Band comparou Paulo Henrique Amorim ao nazista Joseph Goebbels. E Pannunzio vem acusando PHA de insultar a esmo em seu blog…

Acusar blogueiros progressistas – grupo que PHA integra como membro da comissão organizadora desse movimento – de serem uma “claque governista” na internet, aliás, virou moda. Contudo, são sempre acusações genéricas, porque quem acusa não tem como provar que alguém é pago pelo governo Dilma para manifestar simpatia por ele.

PHA é uma das exceções, e o jornalista Luis Nassif é outra. Também foi citado no post de Pannunzio, que apresentou como “denúncia” blogueiros receberem por divulgarem publicidade de instituições controladas pelo governo federal, apesar de o comentarista de política da Band trabalhar em uma empresa que recebe muito dinheiro público.

Essa “acusação” de existir uma “claque governista” na internet atinge a milhares de pessoas – eu disse milhares – que manifestem simpatia pelo governo ou que meramente digam que José Dirceu não foi condenado por nada, ainda, e que, portanto, não pode ser tratado como criminoso.

Para quem critica tão duramente Paulo Henrique Amorim por insultar pessoas na internet, como Pannunzio tem feito, os ataques que fez no Twitter a este blogueiro e a todos os internautas que simpatizam com o governo não me parecem conduta muito melhor do que aquela que atribui a PHA.

Por fim, a constatação que fica é a de que a Band tem um comentarista de política francamente oposicionista. Se não tem um comentarista francamente governista, a emissora, então, pode ser considerada de oposição. Algum erro, até aqui?

Como quem tem chefe é índio ou quadrilha, a dúvida que fica é se Pannunzio qualifica PHA e seus “chefiados” de serem índios ou quadrilheiros. Acredito, portanto, que já existem mais alguns questionamentos para disputa judicial que os dois jornalistas estão travando. Aguardemos as explicações, pois.

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Do blog Conversa Afiada

Folha (*) não engole o sucesso do Conversa Afiada

Mídia

Blog de Amorim recebe R$ 40 mil mensais da Caixa

DE BRASÍLIA – A Caixa Econômica Federal paga, desde março de 2011, R$ 40 mil mensais ao blog “Conversa Afiada”, do jornalista Paulo Henrique Amorim, para veiculação de publicidade da estatal. O contrato deve se estender até dezembro deste ano. No total, o blog vai receber R$ 833 mil.

(…)

A Caixa afirmou à Folha que investiu R$ 14,6 milhões na internet no ano passado, sendo apenas R$ 155,5 mil em blogs, mas disse que não considera o “Conversa Afiada” um blog, e sim um site.

De acordo com o banco público, os veículos patrocinados são avaliados pela sua agência de publicidade. A Caixa disse também, sem citar a fonte, que o blog de Amorim teria 7 milhões de acessos por mês.

A Folha telefonou para o advogado de Amorim e enviou e-mail para o jornalista ontem, mas não obteve resposta.

Sorry, periferia.

O Conversa Afiada, modestamente, é um sucesso comercial.

Ganha dinheiro para pagar os advogados e ir à ópera em Nova York, assistir a um magnífico Don Giovanni.

Este ansioso blogueiro vai poupar o amigo navegante da lista de anunciantes – entre empresas estatais, como Caixa – e privadas.

O Conversa Afiada tem este defeito: é altamente lucrativo (o que a Folha não pode dizer com a mesma ênfase).

O Conversa Afiada entrega a mercadoria.

No caso específico do cliente Caixa, todo mês, o Conversa Afiada entrega “carta de bonificação” – ou seja, entrega mais audiência que o cliente comprou.

E, num gesto comercial raro, não cobra mais pela veiculação, porque acredita que essa “bonificação” aumente a fidelização dos clientes.

A Caixa é um cliente antigo do C Af.

E o C Af se orgulha de tê-la como cliente, ela que é um dos maiores anunciante do país, e um dos mais profissionais.

Caixa não é a única a se beneficiar de uma entrega superior à compra.

Na verdade, isso aconteceu, nos últimos anos, à maioria esmagadora dos clientes.

(Não sabemos se a Folha pode dizer o mesmo…)

Aliás, como acontece na publicidade na internet, o cliente só paga pelas impressões efetivamente realizadas.

Ou seja, se ele compra cem impressões e o veículo só entrega 99, ele só paga 99.

Este é um dos motivos pelos quais a publicidade na internet só faz aumentar.

E a dos jornais …

Amigo navegante: se você tiver a infeliz ideia de anunciar na Folha: você tem certeza de que ela vai “entregar” o volume de exemplares e a leitura que ela vendeu ?

A Caixa não rasga dinheiro.

É uma instituição séria, que compra mídia através de três agências profissionais diferentes, que não rasgam o dinheiro do cliente – estatal ou privado.

As agências da Caixa compram de acordo com a audiência e relevância da mídia.

A Caixa anuncia na Globo, na Record e em outras redes de tevê.

Na Folha, no UOL, no Estadão e até na Veja.

Na internet, tem o bom senso de anunciar no Nassif.

Os clientes privados – e são a maioria dos clientes do Conversa Afiada – também não rasgam dinheiro.

Anunciar no Conversa Afiada é um excelente negócio – e o Conversa Afiada se orgulha de ser uma mídia que entrega a mercadoria.

E dá bonificação.

O Conversa Afiada não precisa que o governador Padim Pade Cerra compre assinaturas ou espaços para sobreviver.

Na verdade, o que se pode dizer é que, diante da “entrega” do Conversa Afiada, a Caixa – e os outros anunciantes – fazem excelente negócio.

Bem que a diretora-executiva Geórgia Pinheiro, tentou, na renovação deste ano, aumentar o valor dispendido pela Caixa no C Af, diante das sucessivas “cartas de bonificação”.

Mas, a Caixa foi irredutível.

É do jogo.

E, aqui, o cliente tem (quase) sempre razão.

Na eleição de 2010, a procuradora Doutora Sandra Cureau também quis saber quem anunciava no Conversa Afiada e por quanto.

A Justiça não lhe ofereceu esse direito.

É uma mania – e olha que nós não temos mania de perseguição.

Quem quiser ter um blog lucrativo, pode procurar a Geórgia.

Ela ajudará a montar um blog lucrativo.

Essa sugestão se estende aos múltiplos blogs (deficitários) pendurados no UOL, da empresa Folha.

Por que a Folha não pergunta à Globo quanto a Caixa veicula na Globo ?

A Globo dirá o mesmo que o Conversa Afiada: sorry, periferia !

Clique aqui para ler “TV Folha é a Piauí do Otavinho. Teve 1 ponto de IBOPE. A mesma audiência do Conversa Afiada, com toda aquela publicidade !”.