Eu desafio

Crônica

A mentira, a dissimulação, a covardia, a deslealdade, a insensibilidade, a crueldade, a distorção dos fatos, esses subterfúgios dos canalhas, dos desalmados, daqueles que poluem a humanidade com seus corações empedernidos, com seu cinismo, com a sua hipocrisia, não chegam a me chocar ou a surpreender quando travo debates políticos ou ideológicos.

Há quem chame tais “subterfúgios” de “estratégias” para “vencer” embates retóricos. Vá lá, que seja. Se o debate é sobre política, economia, acusações falsas a políticos poderosos, acobertamento de políticos poderosos e corruptos, é uma coisa. Agora, quando usam tal “estratégia” contra pessoas humildes, indefesas, contra crianças, idosos, deficientes físicos, em resumo, contra os mais frágeis entre os frágeis, porém, então tudo muda de figura.

Ontem, experimentei um sentimento terrível de revolta diante do que vêm fazendo alguns autoproclamados “colunistas” da grande imprensa contra pessoas entre as mais frágeis e indefesas, as quais já chegaram ao fundo do poço, que já perderam toda a dignidade, que não suportam mais qualquer golpe da vida. E essa revolta se agrava com a calúnia.

O mundo vem assistindo, estarrecido, a um espetáculo dantesco que o nosso país vem dando. Um espetáculo de insensibilidade, de intolerância, de egoísmo. O mundo está vendo um país que tem coração de pedra.

O Brasil vinha se mostrando uma promessa, uma terra de gente feliz, gentil e generosa que começava a usar seu imensurável potencial para finalmente assumir seu lugar de direito no concerto das nações. Eis que, de repente, revelamos ao resto do mundo que somos uma sociedade selvagem capaz de espancar e depois atirar no meio da rua os mais frágeis entre os frágeis – sem a menor hesitação e em nome da “lei” e até da “democracia” (!?).

A crueldade desses ditos “jornalistas” que brandem o “direito de propriedade” e seus conceitos de “lei” acima do valor insuperável da espécie humana, dos sentimentos mínimos de solidariedade que nos diferenciam dos animais irracionais, porém, não se contenta com tão “pouco”.

A sanha animalesca, o amor pelas recompensas matérias que lhes podem dar os que lhes puxam os cordões, faz esses pistoleiros tentarem difamar quem não se tornou um mercenário sem consciência como eles e que, assim, não perdeu seus traços de humanidade.

Dizem, esses seres rastejantes, que pessoas como eu pretenderiam “usar” as vítimas da bestialidade do governo do Estado e da Justiça de São Paulo para colher benefícios políticos. Usar como? Defendendo-os, acredite quem quiser. Eu, por exemplo, os defenderia para me aproveitar do sofrimento que sobre eles se abateu.

Seres assim não conseguem compreender como alguém pode fazer alguma coisa como a que faço neste blog e fora dele, em termos de jornalismo cidadão e de militância política, se não for para colher algum benefício material, que depreendem que seria dinheiro.

Ou seja: alguém como Eduardo Guimarães seria pago para se indignar ou para afetar indignação com a injustiça.

Pois eu os desafio a esmiuçarem a minha vida de cima a baixo, a devassarem os meus sigilos fiscal e bancário, a minha correspondência, enfim, tudo o que quiserem, em busca de qualquer indício de que o que faço aqui – e fora daqui – se deve a qualquer interesse em recompensa material

Eu os desafio a constatar quanto GASTO para fazer este blog. E não só em dinheiro, mas em tempo que poderia dedicar à atividade que exerço para sobreviver. Que examinem os gastos com telefone, com hospedagem do blog, com deslocamentos de táxi, com gasolina do carro e tudo mais que tenho que despender para fazer o que faço aqui – e fora daqui.

Eu os desafio a encontrar qualquer relação de interesse que possa ter sobre partidos políticos, sindicatos, movimentos sociais ou sobre qualquer um que possa se beneficiar do que faço já que defendo o que acho positivo, como o projeto político em curso no país.

Eu os desafio, senhores “jornalistas”, “colunistas” ou qualquer outro nome que usem, a encontrar um único benefício pessoal que eu tenha extraído das atividades que passei a exercer neste blog e fora dele e que empreendo como trabalho voluntário que nem profissionalmente me rende qualquer coisa, pois minha profissão não é política ou jornalismo.

E eu os desafio, por fim, a revelarem, publicamente, o resultado de uma investigação que não só aceitarei, mas com a qual colaborarei para que se estenda sobre cada aspecto de minha vida e até da minha alma, se preciso for. E os desafio a que, ao fim da investigação, reconheçam que ainda restam homens de princípios e de ideais neste mundo.

PS: por favor, meus amigos leitores, não esqueçam o Pinheirinho e similares.