O PMDB é melhor do que o PR?

Crônica

O Partido da República (PR) formalizou ontem seu desligamento da base aliada do governo Dilma Rousseff. Levou consigo 41 votos na Câmara dos Deputados e 7 votos no Senado Federal, onde as CPIs logo, logo começarão a ser instaladas a cada manchete de jornal.

Diante do desligamento do partido da base aliada do governo, ouviram-se, por aí, exclamações de alívio. “Já vai tarde”, disseram.

A tese é louvável. O PR seria um partido de corruptos e, portanto, agora deixaria de contaminar o governo puro, límpido e cristalino que resultará dessa “faxina” que a presidente Dilma alegremente está promovendo.

Mas esperem aí… Há muito mais o que “limpar”. Como nenhum desses que clamam pela pureza da aliança de Dilma deixará de concordar que o PMDB não é nem um pouquinho melhor do que o PR, o partido deveria ser o próximo da lista midiática de expurgos.

Temos que pensar grande, quando o assunto é “ética”.

Comecemos expulsando o peemedebista Michel Temer, o vice-presidente. E, em seguida, o partido que só perde para o DEM no ranking do Tribunal Superior Eleitoral de cassações de políticos eleitos: o PMDB. Esse será um golpe mortal nos partidos corruptos dentro da base aliada.

Vamos “limpando” a base até que só restem PC do B, PSB e PDT… Ou melhor: como também surgirão denúncias contra estes, talvez seja melhor Dilma se aliar logo ao Partido da Imprensa Golpista (PIG), ao PSDB, ao DEM e ao PSOL, pois nem o PT escapará da “faxina”.

Só não venham me dizer que o PMDB é diferente do PR em alguma coisa. Ou que algum outro governo, neste país, governará sem se aliar aos partidos “impuros”, se é que existe algum partido puro em alguma parte desta galáxia.