“Mas que merda de ministério!”

Crônica

Vejo que consegui a sua atenção com o título deste post. Pois bem, usei o recurso não para criticar a escolha dos ministros do governo Dilma Rousseff, mas para ilustrar o que imagino que parcela crescente da população esteja pensando ao ver o quarto ministro que a presidente escolheu sendo defenestrado após míseros sete meses e 17 dias da nomeação.

Aliás, minha suposição está longe de ser empírica. O insuspeito instituto Sensus – eternamente acusado de ser petista – acaba de divulgar pesquisa que dá conta de que caiu de 45% para 24% o percentual de brasileiros que acham que Dilma escolheu bem seu ministério. Ou seja: 76% dos brasileiros, em tese, acham que ela escolheu mal os ministros que nomeou.

Quatro ministros já caíram nos primeiros sete meses e tanto do primeiro ano do governo Dilma. E ainda estamos em agosto… Não pode ser positivo. A faxina ética na política que a mídia criou e a presidente aceitou, parece  cada vez mais longe de lhe conferir aprovação.

Aliás, ao comentar recentemente a pesquisa CNI-Ibope em que sua popularidade aparece caindo oito pontos, Dilma disse que não se pautará pelas pesquisas e que tem que ver “o que aconteceu”. Talvez a resposta esteja nos 62% dos brasileiros que disseram ao instituto Sensus que a tal “faxina” foi negativa para sua imagem.

Parece lógico, não? Se quatro ministros já caíram – e o quinto, o do Turismo, ainda está balançando – e foi Dilma quem os escolheu, a escolha foi ruim. “Ah, mas foi Lula que escolheu”, dizem… Bem, aí é pior. Se Lula escolheu mal os ministros, provavelmente escolheu mal a sucessora…

Detalhe: digo isso sempre por uma linha de pensamento que, garanto, não é a minha, mas que certamente existe, como mostram as pesquisas.

Sabem, essa história de “faxina” em uma atividade como a política não costuma terminar bem. Lembro-me de um senhor que inventou de “limpar” a política com uma “vassoura”. Criou até um jingle de campanha nesse sentido. Dizia algo assim: “Varre, varre, vassourinha / Varre, varre a bandalheira”. Só que, no fim, Jânio da Silva Quadros é que acabou varrido.