Paulistas em solidariedade ao Norte e ao Nordeste

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Desde o início da semana que não conseguia me desligar do caso envolvendo a estudante de Direito Mayara Petruso, que iniciou uma onda de manifestações racistas nas redes sociais e que está sendo processada em várias instâncias. Na quinta-feira, vieram à baila notícias sobre movimentos de jovens paulistas que pretendem barbaridades separatistas, no limite.

Alguma coisa continuava me incomodando e o assunto não me saía da mente. No último dia útil da semana, finalmente entendi o que me incomodava. Era a imagem dos paulistas diante do resto do Brasil.  Poder-se-ia culpar os povos do Norte e do Nordeste se começassem a enxergar o povo de São Paulo como hostil e preconceituoso?

Ora, os paulistas temos o dever de nos manifestar não só em solidariedade aos nordestinos e nortistas, mas também para afirmarmos que essa não é a crença deste povo, sobretudo dos filhos mais antigos deste Estado, mas de uma minoria ignorante que por ser bem aquinhoada pensa que tudo pode.

Fiquei pensando em um belo e solene ato público para manifestar esses valores. Não seria um protesto, mas um ato de amizade, fraternidade e solidariedade, que mostrasse quanta gente boa há em São Paulo e em todos os estratos sociais. Gente de todas as idades, de todas as etnias.

Não está escrito em nossas testas, dos paulistas, quem é quem. Temos que enterrar essa afronta aos povos do Norte e do Nordeste, esse dano terrível à imagem dos paulistas.

Penso em faixas exaltando o espírito acolhedor de São Paulo, que a tantos recebeu e continua recebendo. Em discursos de solidariedade – e não de recriminação. Seria uma oportunidade para mostrar que se uma parte da sociedade paulista está doente, é só uma parte. E que muitas vezes essa parte simplesmente não sabe o que faz, pois está sendo enganada.

Nem que fosse um ato de 50, 100, 150 pessoas, sei lá… Poderíamos escolher um local simbólico como a avenida Paulista, talvez o Masp. Exaltaríamos um Brasil que é de todos, de Norte a Sul, de Leste a Oeste. Um país em que delírios separatistas ou de segregação agonizam a cada dia, sendo as manifestações recentes meros espasmos dos moribundos.

Quem iria comigo? Você iria? Usaria algumas horas de sua vida em prol de seus congêneres paulistas, para que não fiquemos estigmatizados por um ato de loucura de alguns jovens criados por pais que não lhes transmitiram valores? Se um bom número topar aqui, quem sabe ganhemos adesão pela internet.

Aguardo as vossas manifestações.