Inteligência democrática

Opinião do blog

A expressão “inteligência democrática” é da lavra deste blogueiro. Como sempre viajei muito, elaborei o conceito a fim de classificar em que medida os povos que ia conhecendo detinham a capacidade de saber como se conduzir coletiva e politicamente de forma a obrigar os políticos a se esforçarem por merecer a aprovação popular em vez de tentarem induzi-la.

O que está acontecendo no Brasil nesta campanha eleitoral exemplifica bem o que quero dizer. Temos aí um governo que vem cumprindo as suas promessas de verdade, de forma que o que faz acabe sendo sentido pela sociedade.

O reflexo de governar direito pode ser sentido pelo povo durante o mandato de um político, salvo em situações excepcionais. E, assim mesmo, há pouco vimos que, mesmo nessas situações, um governante pode tomar as medidas necessárias para não ter que impor mais sofrimentos a muitos a fim de poupar menos sofrimento a poucos, como era por aqui até 2002.

Mas de nada adianta governar bem se o povo não faz a sua parte no jogo democrático recompensando àquele que fez o que prometeu. A postura política correta a adotar hoje no Brasil é tão evidente que chega a parecer ridículo ter que explicar. É um axioma dizer que em benefício do bom desempenho de um funcionário, há que recompensá-lo.

No caso daqueles que têm funcionários, nem que sejam domésticos, pode-se dar um aumento ou uma gratificação. No caso de funcionários públicos, como no caso de um presidente da República, o público deve recompensá-lo politicamente, o que estimulará seus pares a tentarem aquele caminho para serem eleitos.

Se em uma eleição você premia políticos que acham que podem governar mal à vontade que depois, para vencer eleições, bastará usar poder econômico – ou seja, a grande mídia, por exemplo – para sobrepujar o adversário, você estimula os maus governos.

Inteligência democrática, portanto, é mandar à classe política o recado que os brasileiros estão lhe mandando neste ano: governem bem e serão recompensados com reeleição ou eleição daquele – ou daquela – que indicarem; governem mal e os colocaremos por muito, muito, muito tempo no deserto oposicionista.